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Política

Bolsonaro ganha em 77 dos 100 municípios do agronegócio

Brasil – Candidato à reeleição pelo PL, o presidente Jair Bolsonaro superou, no primeiro turno, o petista Luiz Inácio Lula da Silva em 77 dos cem municípios mais ricos do agronegócio. De acordo com analistas ouvidos pelo Broadcast/Estadão.

Os números reiteram o apoio dado por líderes e entidades do setor ao presidente. Juntos, os municípios somaram 5,3 milhões de votos, equivalente a 4,3% do total do País, e concentram 34,3% do Valor Bruto da Produção Agrícola (VBP) nacional, de R$ 254,866 bilhões. O índice é medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O levantamento feito pelo Broadcast/Estadão cruzou dados dos municípios com maior VBP, referentes a 2021, com a votação dos presidenciáveis disponível no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No topo da lista está Sorriso (MT), polo produtor de grãos, onde Bolsonaro obteve 70,16% dos votos válidos ante 26,30% de Lula.

Em 22 municípios, Bolsonaro recebeu mais de dois terços dos votos. A maior porcentagem de votos válidos obtida foi em Canarana (MT), com 74,84%, ante 21,80% de Lula, enquanto a do petista foi em Riachão das Neves (BA), com 77,14% ante 20,23% do presidente. “Não havia dúvida do grande apoio do setor ao atual presidente, principalmente dos produtores, o que envolve as famílias e influencia nas cidades também”, disse José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da consultoria MB Agro.

“De um lado, eles (produtores) se sentem perseguidos, ameaçados com invasões do MST e atacados como responsáveis pelo desmatamento, pelo latifúndio improdutivo e pelo uso de defensivos. De outro, eles se sentem reconhecidos como o setor que dá sustentação à economia e contribui para a balança comercial”, disse Hausknecht.

Entre os dez primeiros municípios do ranking, o placar de Bolsonaro contra Lula foi de oito – Sorriso, Sapezal, Campo Novo dos Parecis, Diamantino, Nova Ubiratã, Nova Mutum e Querência, em Mato Grosso; e Rio Verde, em Goiás – a dois, em São Desidério e Formosa do Rio Preto, ambas cidades na Bahia.

Lula já chamou parcela do agro de “fascista”. Anteontem, em comício em Belo Horizonte, ele disse que não se pode confundir agronegócio com desmatador. “Aquele que não quer preservar não é agronegócio. É bandido mesmo”, afirmou. Ontem, o petista voltou a repetir a distinção.

Apesar dos acenos recentes e da entrada da senadora Simone Tebet (MDB), ruralista e ligada às pautas do agro, na campanha petista, há consolidação de votos no eleitorado, com espaço pequeno para mudanças no curto prazo, apontam analistas. “No eleitorado agro, não tende a haver mudança expressiva a partir desses gestos. Mudança pode vir apenas dos indecisos”, disse Hausknecht.

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