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Política

Prefeito de Manaus gasta R$ 6 milhões em festival enquanto falta medidores de glicose em UBSs

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Manaus – A Prefeitura de Manaus, comandada por David Almeida (Avante), afirma que gastou em torno de R$ 6 milhões de reais com a realização do “Sou Manaus 2023”, um festival de entretenimento que aconteceu entre os dias 5 e 7 de setembro. Mas enquanto o Executivo Municipal investe expressivos recursos públicos nesta festa, os postos de saúde mantidos pela Prefeitura estão sem materiais básicos e essenciais no tratamento de pacientes com diabetes. As informações são do Rio Negro Notícias

Denúncias apuradas pelo jornalista Adriano Santos mostram a luta de pacientes que correm risco de vida em razão da falta de tiras reagentes para medição de glicose.

Essas tiras são usadas no processo de medição de glicose (açúcar) no sangue do paciente. É com base nessa medição que o paciente identifica a quantidade ideal de insulina que precisa tomar. Sem esse teste, o paciente pode tomar uma quantidade muito baixa ou excessiva de insulina, o que pode provocar uma série de problemas como desmaios e convulsões.

Esse é o caso da dona Maria Silva, que é diabética e já perdeu parte da visão em decorrência da doença. Ela usava em torno de quatro fitas diariamente, mas agora, sem ter como medir o nível de glicose, ela se arrisca tomando doses descontroladas de insulina, o que inclusive a fez desmaiar.

“Por conta da diabetes eu perdi uma vista, perdi meus rins e tô na fila pra tentar um transplante. Eu preciso dessas tiras pra medir a minha glicemia porque se não tem a tira eu posso tomar uma dose excessiva, como aconteceu hoje de madrugada, quando eu tomei no escuro a insulina e quando foi três horas da manhã eu apaguei”, contou.

O irmão de dona Maria, Cosmo Silva, também sofre com diabetes e conta que já foi várias vezes na Unidade Básica de Saúde (UBS) Áugias Gadelha, em busca das tiras reagentes.

“Já vai fazer dois meses que está em falta. É primeira vez nesses 10 anos que faltou e não houve nenhum comunicado, não falaram qual a razão. Só me falaram na farmácia da UBS Áugias Gadelha que não tem previsão”

Cosmo é motorista de transporte especial, e dona Maria é aposentada. Os irmãos contam que o dinheiro que ganham mal dá pra pagar as contas e que por isso não podem comprar as tiras, que chegam a custar R$ 100 reais cada caixinha. Em média, cada um deles usa quatro caixinhas com 50 unidades, e se fossem adquirir o material teriam que desembolsar até R$ 400 reais.

“Isso é um tratamento sério! A gente não pode ficar sem essas fitas. Então eu faço um apelo ao prefeito, para que olhe por nós e mande essas fitas. Eu sou aposentada por invalidez, eu ganho um salário mínimo. Eu não tenho condições de comprar quatro caixas de tiras. Pra quem ganha um salário isso é muito!”, apelou Maria.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para saber qual o motivo da falta de tiras nas unidades de saúde da cidade e quais medidas estão sendo tomadas para repor o estoque. Até a publicação desta matéria não houve resposta.

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