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Novo Papa, Leão XIV já foi acusado de acobertar casos de abuso sexual na Igreja
Antes de ser eleito pontífice, cardeal Robert Prevost foi criticado por sua conduta em casos de abuso no Peru e nos EUA; Igreja nega omissão.

Mundo – Anunciado nesta quinta-feira (8) como o novo líder da Igreja Católica, o cardeal americano Robert Francis Prevost — que adotou o nome de Papa Leão XIV — enfrenta questionamentos antigos relacionados à sua atuação em casos de abuso sexual envolvendo membros do clero. Antes de assumir o cargo mais alto do Vaticano, Prevost foi bispo da Diocese de Chiclayo, no Peru, entre 2014 e 2023, e, segundo a imprensa especializada, sua gestão foi marcada por pelo menos duas acusações de omissão.
De acordo com reportagens internacionais, uma das situações mais delicadas ocorreu em 2022, quando dois padres da diocese peruana foram acusados de abusar de três meninas. O então bispo teria sido alertado sobre o caso, mas, segundo críticos, não teria conduzido uma investigação rigorosa nem afastado de imediato os envolvidos. A diocese, no entanto, nega qualquer tentativa de acobertamento. Em nota oficial, a Igreja afirma que Prevost recebeu as vítimas, abriu uma investigação interna, e as encorajou a levar a denúncia às autoridades civis. Ainda segundo o comunicado, os resultados da apuração foram enviados aos superiores e seguidos os protocolos canônicos.
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A polêmica em torno do novo pontífice não se restringe ao período em que esteve no Peru. Anos antes, no início dos anos 2000, Prevost já havia sido criticado nos Estados Unidos por permitir que um padre agostiniano acusado de abuso sexual morasse em uma comunidade próxima a uma escola em Chicago. Na época, ele era superior da Ordem de Santo Agostinho, uma das principais congregações da Igreja.
Apesar das controvérsias, Prevost ascendeu rapidamente dentro do Vaticano. Nomeado cardeal por Francisco em setembro de 2023, foi escolhido pelo conclave como o 267º papa da Igreja Católica. Sua eleição marca a primeira vez que um pontífice é oriundo dos Estados Unidos, o que já provoca repercussões políticas e religiosas em todo o mundo.
