Polícia
“Chutei porque ele me bateu”, diz menino que matou Fernando Vilaça em Manaus
Antes de ser morto, adolescente foi chamado de “viadinho” pelos suspeitos apreendidos.

MANAUS (AM) – A Polícia Civil do Amazonas concluiu o inquérito sobre a morte do jovem Fernando Vilaça, de 17 anos, ocorrida no bairro Gilberto Mestrinho, zona leste de Manaus. Dois adolescentes foram apreendidos pela Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI) e, segundo a polícia, ambos tentaram atribuir a culpa do crime à vítima, alegando que agiram em legítima defesa.
O delegado Guilherme Torres, responsável pelo caso, afirmou nesta quarta-feira (16) que a versão apresentada pelos menores não condiz com o que foi apurado durante as investigações. “Eles dizem que Fernando os agrediu e que reagiram, mas temos imagens, testemunhas e outros elementos que mostram o contrário. Foi uma agressão deliberada e covarde”, disse o delegado.
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Segundo a polícia, Fernando foi atacado sem chance de defesa. “Um dos adolescentes desferiu um chute no ombro da vítima, que caiu, bateu a cabeça com força contra o muro e entrou em convulsão logo em seguida”, detalhou Torres.
O segundo menor apreendido, nesta terça-feira (15), já era conhecido por episódios de violência. De acordo com as investigações, ele teria sido expulso da escola após agredir outro aluno. “Há um histórico de comportamento agressivo, o que reforça a premeditação do ataque”, frisou o delegado.
Os dois adolescentes responderão por homicídio qualificado por motivo torpe e devem ser encaminhados a uma unidade socioeducativa de internação.
❗ O crime
Fernando Vilaça foi brutalmente agredido no dia 6 de julho após ser chamado de “viadinho” por um grupo de adolescentes. O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e mobilizou manifestações contra a violência e a homofobia. Ele sofreu traumatismo craniano e teve a morte encefálica confirmada no Hospital João Lúcio no sábado (13).
🧾 Fim das investigações
Com a apreensão do segundo suspeito e o depoimento de testemunhas, o caso foi considerado concluído pela Polícia Civil. A tentativa de transferir a responsabilidade para a vítima, segundo os investigadores, evidencia a frieza dos envolvidos.
“Eles quiseram inverter a narrativa, como se tivessem sido provocados ou agredidos primeiro. Mas isso não se sustenta diante das provas que reunimos”, finalizou Guilherme Torres.
O caso agora segue para o Ministério Público e a Justiça da Infância e Juventude, que deverão julgar os adolescentes com base na gravidade do crime.
